Tuesday, March 29, 2011

Será o fim dos tempos?

                A vida na América não é mais como o mundo sempre conheceu, hoje os EUA é um país vivendo em tensão, não existe certeza acerca do futuro da nação.
                A economia já não estã tão firme e com os últimos acontecimentos no Japão, efeitos colaterais estão começando a serem sentidos nos EUA.
                Nos noticiários dessa manhã há artigos dizendo que chuvas com componentes de radiação vindos do Japão foram detectadas em estados americanos, há uma preocupação das autoridades sobre a iminente onda de abalos sísmicos que podem ocorrer na costa oeste e centro dos EUA.
                No âmbito religioso evangélico, há professias que foram entregues anos atraz sobre o tsunami no Japão e em seguida haveria abalos nos EUA, sabemos de professias dadas pelo profeta William Marrion Branham ha muitos anos atraz, outras dadas por profetas em anos passados com exatidões que trazem preocupações sobre a nação.
                Seja qual for a situação, existe no ar algo diferente, para aqueles que crêem na Bíblia, esses são os sinais do fim dos tempos.
               Mesmo para aqueles que não crêem na Biblia, são sinais de que o planeta está se modificando e se destruindo.
               O sonho Americano está se tornando algo ultrapassado, o declínio econômico, cultural e espiritual dos EUA tem mostrado que a potência aind existe, mas está a caminho de se tornar somente um país normal, como todos os outros.
               Espero que o leitor possa participar postando seu comentário, dizendo se concorda ou não com essas afirmações, principalmente se ainda está vivendo nos EUA.


              

Friday, March 18, 2011

Um susto daqueles

Eu trabalhava como lider de logística em uma fabrica na cidade de Leominster, minha função era liderar uma turma para empacotar as mercadorias produzidas, preparar os pallets, preparar as notas fiscais e ligar para as transportadoras para retirar os carregamentos.
Naquele dia, o motorista ligou dizendo que estaria atrazado devido a neve, o cominhão vinha do Canadá.
Combinei com o gerente geral da fabrica que eu ficaria ate tarde esperando o motorista.
Todo mundo foi embora da fabrica eu eu fiquei na minha mesa, no armazem esperando o tal caminhão.
Havia alguns trabalhos que eu levava pra casa pra fazer e ganhar uma grana extra, eram peças de componentes eletrônicos, eu precisava colocar no meu carro.
Pensei em ir carregando o carro enquanto esperava o motorista chegar.
Bem, só foi eu abrir a porta pra ter a confusão armada. O alarme disparou, pois o gerente esqueceu que haviamos combinado.
Então imagina a cena, eu um imigrante tirando peças de uma fabrica com o alarme disparado e carregando o carro.
Carreguei o carro normalmente e conforme eu imaginava, a policia apareceu por lá.
Expliquei a situação, ai me fizeram esperar e ligaram para o gerente, que estava muito longe.
Esperei por quase duas horas ate ele aparecer e comprovar a historia para a policia.
Ele ficou constrangido, pediu desculpas por ter esquecido e armado o alarme, e me pagou um almoço no dia seguinte.
A história acabou bem, mas existem muitas situações semelhantes que levariam um imigrante para a cadeia, principalmente por não ser capaz de se expressar bem em inglês...

Sunday, March 13, 2011

Um menino em NY (Escrito por Nicolas Lucena)

Um menino em NY (Escrito por Nicolas Lucena)

  Esta e uma historia verdadeira a respeito de um rapaz que eu conheci em 1999 numa companhia de paisagismo numa cidade circunvizinha de Boston, este rapaz ja era um homem quando eu o conheci , com provavelmente uns 40 anos de idade. Vamos chama lo de Beto. Beto me contou sua historia da America uma vez com muita diversao e com um fundo de de orgulho por ter vencido e ter chagado a ser cidadao americano apos tudo isso que tenho a contar. Beto iniciou sua aventura com  idade de apenas 17 anos, quando por intermedio de alguem da pequena cidade onde vivia em Minas Gerais, iria o receber no aeroporto de NY, o contato dele em NY nunca apareceu no aeroporto, e apos ele ter ficado sentado num banco por varias horas ate o outro dia de chegada no aeroporto internaciol de NY, uma pessoa apareceu tentando ajudar. A unica coisa que ele sabia dizer era "Framingham" , o bom samaritano perguntou varias coisas sobre a sua viagem, porem Beto so sabia responder  "Framingham", "Framingham" , e, com um sotaque muito engracado que so mesmo os mineiros conseguem pronunciar. Apareceram mais pessoas e comecaram a pensar o que eles iriam fazer com aquele simples rapaz que nem portugues falava direito, quanto mais outra lingua. Eles compraram um bilhete de onibus e o mandaram para a cidade de Framingham finalmente, uau!!!! Beto estava indo para seu destino final nos EUA,  que felicidade quando ele entrou naquele onibus confortavel. Uma coisa que Beto tinha aprendido, antes de viajar ainda no Brasil, era que a distancia de NY para Framingham era de 6 a 8 horas de viagem.
  Tudo bem na viagem ate o primeiro dia, na verdade ele mesmo admite que nao tinha noção nenhuma da demora de chegada a grande "Framingham", ele comecou a ficar inquieto no segundo dia de viagem, aquilo estava demorando demais, dai ele tomou uma decisao,e, comecou a falar novamente no seu limitado vocabulario da lingua inglesa : "Framingham" para uns , "Framingham" para, na verdade, a todos no onibus.
Ok, os americanos chegaram a conclusao que tinha alguma coisa acontecendo naquela viagem. Apos muitos gestos e algumas palavras soltas em espanhol, Beto entendeu que eles queriam saber aonde ele realmente queria ir. Dai uma luz! Um estalo cerebral, e isso mesmo ele lembrou de uma pedaco de papel que ate agora nunca tinha entrado em cena nesta aventura em busca ao sonho americano. Beto achou um papelzinho meio amassado escrito : Framingham 5085555555, (os numeros cinco sao aleatorios) , agora os americanos tinham uma pista, e assim que eles pararem na primeira rodoviaria, desvendariam este "quase" que misterioso paradeiro deste menino que decididamente so sabe falar "Framingham".
  A pessoa que fez a ligacao finalmente descobriu aonde este menino tinha que ir : Framinghan no estado de Massachusetts...Pronto! O problema foi encontrado, agora so falta concertar este equivoco. Beto veio com $ 1,000.00 , e as pessoas ja estavam meio preocupadas em ser roubado porque ele sempre tirava uma nota de $100.00 do bolso para comprar pequenas coisas. Inclucive a passagem de volta para NY ,e em seguida para Massachusetts , eles, os americanos que estavam incumbidos para ajudalo usaram as pequenas notas de troco que ja estavam meio que esborrando no bolso do rapaz.
   Teve uma passagem muito engraçada foi quando as pessoas começaram a se despedir do Beto, elas sempre falavam no final "Good Luck" o que traduzindo quer dizer "Boa Sorte" , dai Beto nao queria mais nada, porem so falar Good Luck, Good Luck para todas as pessoas. Ele me disse que sabia que aquela palavra era coisa boa, todos me falavam isso para mim, entao penseva ele: isso deve ser bom mesmo! Foi desse jeito que Beto aprendeu a segunda palavra em ingles. Onde ele ia ele falava good luck, mesmo se fosse para comprar uma simples agua na rodoviaria. Beto voltou para New York uns dois dias depois, veja bem, com a mesma roupa e calcado, este calcado ele me disse que era do irmao mais novo, era o melhorzinho que tinha na casa para uma viagem para os "Estados Unidos". Beto voltou para NY, porem tem uma coisa que os americanos provavelmente tentaram falar para ele , mas ele nao entendeu : O telefone era de Massachusets mas ninguem atendia o telefone! Ali estava o meneirinho em NY, sem saber como comprar uma passagem de onibus, como nada e por nada neste mundo , apareceu ali na rodoviaria um brasileiro, dai que começa a segunda faze desta aventura.
  Apos eles descobrirem que nao adiantava ligar mais para aquele numero telefonico em Massachusetts, o brasileiro o levou para passar a noite escondido na cozinha da pizzaria que trabalhava. Beto tinha de 5 a 6 dias com a mesma roupa , quando ele tirou os sapatos os bichos de pe dele tinham tomado conta da sola do pe por inteiro. O brasileiro conseguiu emprego para Beto nesta mesma pizzaria, e o dono fingiu que nao sabia que o Beto ficou la por umas duas semanas dormindo escondido, Beto fez uma amizade profunda com o dono da pizzaria. Esta e uma historia verdadeira, e eu tenho certeza que existem milhares destas para serem contadas.
 Beto anos depois veio realmente para Massachusetts, e duas decadas depois eu vim a conhece lo nesta companhia de paisagismo onde ele era supervisor.

Wednesday, February 16, 2011

De uma conversa à uma aventura.

Hoje eu estava andando por aqui com um grande amigo, o Nicolas.
Conversa vai, conversa vem e lembrei de uma historia, real, que se passou na epoca que eu trabalhava no aeroporto de Guarulhos.
Mudarei o nome da personagem dessa historia por questões éticas.
Em 1998 eu ainda trabalhava numa sala VIP de uma grande agência no aeroporto e também na compania aérea.
Certo dia, um dia como todos os outros, apareceu la na sala vip um rapaz, muito simples, pedindo informações de como ele poderia tirar um visto para ir aos Estados Unidos. Devido à aparência do rapaz, eu julguei que ele não teria condição de conseguir um visto, dado às rígidas exigências do consulado americano.
Mas me senti sensibilizado com a sua situação, então sugerí um acordo: se ele conseguisse um visto para os Estados Unidos, eu forneceria a passagem a preço reduzido pois eu tinha direito a retirá-las na minha cota de funcionário da compania aérea e além disso eu iria acompanhá-lo até o destino, assim eu teria um motivo pra dar uma volta na Flórida.
Eu imaginava que ele nuca conseguiria, mas para minha surpresa ele apareceu três meses depois com o visto.
Bem, só coube a minha pessoa cumprir com o acordo, então agendei umas folgas e marcamos a viagem.
Dei várias instruções a ele, inclusive quanto dinheiro que havia de levar e como se vestir.
Como iria usar aquele fim de semana para visitar a Flórida, convidei um amigo, supervisor do departamento, para irmos juntos.
No dia marcado, nos encontramos no aeroporto e ao ver o rapaz, ja fiquei preocupado, pois ele se vestia muito simples, totalmente incompatível com alguém que estaria viajando aos Estados Unidos, e a mala que ele escolheu, havia saído de um filme dos anos cinquenta e estava toda mofada.
Bem, o supervisor que estava viajando conosco já ficou aborrecido, pois ele já farejava futuros problemas na entrada aos Estados Unidos.
Ao chegar-mos no balcão da imigração americana, os agentes reteram o rapaz e consequentemente o supervisor, já que o rapaz ficou conversando com ele na fila, o supervisor ficou mais irritado ainda.
Quando pensavámos que tudo estaria resolvido ao sair do aeroporto, já que esperávamos que um familiar do rapaz estava esperando por ele, descobrimos que eram só o começo dos problemas.
O rapaz disse que havia perdido o o contato do suposto primo que deveria estar esperando por ele.
Bem,as coisas ficaram bem complicadas, tivemos que começar a resolver o que faríamos com relação ao rapaz já que ele não tinha recursos nem pra ficar uma semana em Miami. Arrumamos um quarto num hotel para passar o tempo, em segredo combinamos, eu e o supervisor, que iriamos mandar o rapaz de volta ao Brasil no vôo que sairia naquela noite para São Paulo.
Ao anunciar nosso plano, o rapaz bateu o pé e afirmativamente declarou que nunca voltaria ao Brasil, já que havia chegado até ali.
Estávamos descansando e ele foi dar uma volta pelo hotel, até que de repente voltou dizendo que um cara falando enrolado estava oferecendo uma proposta pra ele ficar na casa dele.
Descobri que o cara era o camareiro do hotel, um hispano que devido sua preferencia estava com segundas intenções com o rapaz.
As horas passavam e nossa resolução não havia mudado, foi quando novamente o rapaz apareceu ofegante diendo que havia conseguido um contato em Nova Iorque e que deveria embarcar urgente.
Então lá fomos nós correndo para o aeroporto e conseguimos comprar uma passagem de ultima hora e para despachar o rapaz para o destino final, foi uma correria pois o vôo estava saindo.
Corremos com ele para o portão de embarque e repetindo em voz alta como se falava "gate" "sixteen", j[a que ele não falava inglês e deveria fazer conexão em Atlanta.
Ficamos com o telefone da familia em Nova Iorque que era suposta a ir buscar ele no aeroporto e ligamos em seguida, a mulher do outro lado da linda disse em tom apavorado - Pelo amor de Deus moço, não deixa ele vir pra cá não, pois meu marido está doente e mal estamos conseguindo manter a casa aqui, quanto mais receber uma pessoa. Ai eu disse - Tarde demais ele já está voando para aí.
Soubemos depois, através do rapaz que ele ficou esperando por horas no aeroporto, foi mal recebido por aquela familia mas logo achou um quarto em outra casa, começou então sua vida, arrumou emprego na carpintaria e se deu bem.
Em 2000, quando eu decidi vir para os Estados Unidos, esse rapaz foi nos buscar em Newark, Nova Jersey e nos trouxe quatrocentos quilometros para a cidade de Worcester em massachusetts, foi um ato de gratidão extremamente apreciado.
Assim se encerra essa história, um acaso que  gerou essa aventura toda.

Saturday, August 14, 2010

Capitulo 1 - Um Sonho

Eram duas horas da manha, nao conseguia dormir, ouvia no pequeno radio de pilha piadas de uma radio, la fora, a chuva forte caia, relampagos iluminavam as janelas e os trovoes estremeciam o ar deixando um ambiente aterrador.
Pensava no que seria a vida, sonhava um dia poder ir ver aquela terra distante que passava nos filmes da televisao.
O frio bateu levemente por causa do vento que entrava pela fresta da porta de metal no chao frio da sala, as almofadas que eu ajuntava para fazer de colchao se separavam e eu sentia o frio do cha nas costas.
Durante essas epocas, eu tinha que dormir na sala da minha casa, pois o unico quarto que tinhamos, alem do quarto dos meus pais, era ocupado pelas minhas treis irmas, eu e meu dois irmaos dormiamos na sala; eramos seis ao todo.
Nesse ambiente de restricoes, falta de conforto, limitacoes e um pouco de pobreza, um sonho comecava a surgir.
Sempre ouvia meu pai falando sobre a vida nos paises desenvolvidos, sempre falava que a vida no Canada e Nos Estados Unidos eram muito melhores e que os avancos tecnologicos desses paises deixavam o Brasil com um atraso de cinquenta anos.
Eu tentava imaginar como era essa vida que meu pai sempre falava, ai comecei a observar atraves dos filmes como era o estilo de vida das pessoas que viviam nesses paises chamados de "primeiro mundo".
Naquela noite, a chuva continuava forte, eu ouvia o barulho de um carro que havia se atolado na lama da rua, um barulho tipico que aprendemos a identificar quando isso acontecia.
Minha mente nao se tranquilizava, a imagem que eu havia visto no filme, aquelas casas sem cerca, ruas bem planejadas, gramados, carros grandes, casas grandes, pronto, havia sido contagiado pelo o que eles chamavam de "sonho americano".
Minha vida nao era das piores, vivia numa casa recem comprada por meus pais, somente tinha que dividir tudo com meus outros irmaos, meu pai que era um motorista assalariado, tentava nos dar de tudo, principalmente educacao. Liamos muitos livros, ja que nao havia televisao, as informacoes iam se apilhando em nossa cabeca.
Nessa epoca, minha mae comecou a dizer que eu ja tinha idade de ir trabalhar e que acharia um trabalho pra mim, eu estava com onze anos, sofria de uma bronquite que atacava frequentemente desde quando eu nasci, isso me deixava muito fraco e se tornava uma dificuldade grande conseguir respirar.
Na cabeca de menino, nao tinha ideia do mundo la fora, nem sabia o que iria se revelar em minha frente quando fosse trabalhar como minha mae queria.
Eu comecei a trabalhar em pequenas lojas, bancas de feira, fabrica de biscoito, trabalhava por curto periodos nesses empregos, as vezes por meses, as vezes somente por semanas; quando iniciei nesses trabalhos eu estava com doze e quando me aproximava da idade de quatorze anos, comecei a trabalhar distribuindo um jornal gratuito nas portas das estacoes de metro de Sao Paulo, saia de casa as 4:30 da manha, descia no local de onde saia a perua que nos levava para as estacoes, eramos varios garotos, os pacotes de jornal continham cerca de 200 jornais cada e tinhamos que destribuir ate acabar, normalmente eu recebia cerca de cinco pacotes.
Nessa epoca era dificil ficar na porta da estacao no inverno, num frio de matar, o vento soprando da avenida, eu estava ja muito cansado daquilo, mesmo com bronquite, eu tinha que ir trabalhar no frio.
Numa certa manha, distribuindo jornal na estacao Carandiru, eu vi um anuncio de emprego na ultima pagina, para o cargo de office-boy, o anuncio somente dizia que deveria ser maior de quatorze anos.
Andei ate o escritorio, apos obter informacoes com os taxicistas e descobrir que o local era o Centro de Exposicoes do Anhembi, perto do Carandiru.
Quando cheguei ao escritorio, estava ainda fechado, esperei sentados em umas cadeiras do lado de fora, logo a funcionaria chegou e me disse que me atenderia, varios outros garotos foram chegando e logos eramos mais de dez candidados.
A funcionaria comecou a chamar todos os que haviam chego apos eu e eles saiam logo em seguida; sem entender fiquei ate aborrecido ate que ela finalemente me chamou, eu era o ultimo. Me disse pra eu voltar com meus documentos e minha mae no dia seguinte. Eu sai de la radiante.
Trabalhei no Anhembi por nove anos, sempre envolvido pelos eventos internacionais que la aconteciam, sempre vendo estrangeiros falando seus idiomas e tudo isso me inspirava.
Um dia, estressado, pedi demissao; acabei indo trabalhar para a Varig e consequentemente realizei meu grande sonho, vir para os Estados Unidos.
O Exilado financeiro e um apanhado de experiencias, minhas e de outros durantes os varios anos morando no oeste do estado de Massachusetts.
Minha expectativa e transparecer a realidade do imigrante brasileiro e de outras nacionalidades.